Por: Padre Wagner Augusto Portugal
Com toda a Igreja, no dia 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney, patrono de todos os padres do mundo. A festa do Cura d’Ars tem um valor particular este ano, com a celebração de um ano jubilar em Ars, de 8 de dezembro de 2008 a 1º de novembro de 2009, comemorando o 150º aniversário de sua morte. Assim, por ocasião deste aniversário, o Papa iniciou em Roma o Ano Sacerdotal para toda a Igreja, em 19 de junho passado, na presença da relíquia do Cura d’Ars.
Em 1929, o Papa Pio XI proclamou São João Maria Vianney padroeiro dos párocos. Desde esta quadra, o Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, celebrado como “homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico”. O santo nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades foi ordenado sacerdote. Foi o responsável pela conversão da cidade de Ars, no interior da França, e sua fama de conselheiro correu por todo o mudo cristão. Morreu em 1858 e foi canonizado em 1925.
São João Maria Vianney foi um sacerdote que viveu intensamente o seu ministério sacerdotal. A sua vida girou em torno da evangelização, pois não sossegou enquanto não converteu sua paróquia e cidade, que estavam afastadas de Deus e da comunhão eclesial. Nesse sentido, o Papa Bento XVI ilumina o nosso compromisso como presbíteros, neste ano dedicado ao ministério presbiteral.
Então, interroguemo-nos: “O que significa propriamente, para os sacerdotes, evangelizar? Em que consiste o chamado primado do anúncio?”. Jesus fala do anúncio do Reino de Deus como da verdadeira finalidade da sua vinda ao mundo e o seu anúncio não é apenas um “discurso”. Inclui, ao mesmo tempo, o seu próprio agir: os sinais e os milagres que realiza indicam que o Reino vem ao mundo como uma realidade presente, que em última análise coincide com a sua própria pessoa.
Neste sentido, é importante recordar que, também no primado do anúncio, palavra e sinal são indivisíveis. A pregação cristã não proclama “palavras”, mas Palavra, e o anúncio coincide com a própria pessoa de Cristo, ontologicamente aberta à relação com o Pai e obediente à Sua vontade. Portanto, um serviço autêntico à Palavra exige da parte do sacerdote que tenda para uma aprofundada abnegação de si mesmo, a ponto de dizer com o Apóstolo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20).
O presbítero não pode considerar-se “senhor” da palavra, mas servo. Ele não é a palavra, mas, como proclamava João Baptista, é “voz” da Palavra: “Voz que brada no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mc 1,3). O Papa Bento XVI nos relembra que o presbítero age na pessoa de Jesus Cristo, sendo Ele outro Cristo: “Alter Christus”, o sacerdote está profundamente unido ao Verbo do Pai que, encarnando, assumiu a forma de servo, se tornou servo (Fl 2,5-11).
O presbítero é servo de Cristo, no sentido que a sua existência, ontologicamente configurada com Cristo, adquire uma índole essencialmente relacional: ele vive em Cristo, por Cristo e com Cristo na missão de salvar almas. Precisamente porque pertence a Cristo, o presbítero encontra-se radicalmente ao serviço dos homens: é ministro da sua salvação, nesta progressiva assunção da vontade de Cristo, na oração, no “estar coração a coração” com Ele. Assim, “esta é a condição imprescindível de cada anúncio, que exige a participação na oferenda sacramental da Eucaristia e a obediência dócil à Igreja”.
Corpo incorruptível do Cura d'Ars
Na celebração da festa do Cura d’Ars somos todos, sacerdotes pelo batismo, a refletir sobre o chamado universal à santidade, como nos ensinou São João Maria Vianney: “Eu lhe mostrarei o caminho do Céu”, respondera ao pastorzinho que lhe indicava o caminho para Ars, ou seja, vou ajudá-lo a tornar-se santo.
“Por onde passam os santos, passa Deus com eles”, afirmaria mais tarde. No fim de seus dias, convidava cada pessoa a se deixar santificar por Deus, a buscar com todos os meios essa união com Deus, neste mundo e por toda a eternidade.
Com este propósito, convidamos a todos os nossos leitores a rezarem pelos sacerdotes que distribuíram os mistérios de Deus em sua vida e por todo o clero. Quanta demonstração de amor, do povo de Deus, para com o ministério de nossos presbíteros, isso porque agimos na pessoa de Cristo - e no exercício do nosso ministério! Que Graça! Que Dádiva! O Sacerdócio é um sublime dom de Deus.
Que Deus abençoe nossos sacerdotes!
Fonte:http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/pewagner/28.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário